A idosa desenvolveu uma infecção severa causada por uma bactéria presente na boca de cães e gatos
Por Da
redação / Veja
Segundo os médicos, a forma
mais comum da infecção pela bactéria Capnocytophaga canimorsus, presente na
boca de cães e gatos, é por mordidas ou arranhões. Mas ela pode ocorrer também
por "meios ocultos", como lambidas. (iStock/Getty Images)
Você deveria pensar duas vezes antes de “beijar” seu
cachorro ou seu gato. Uma britânica de 70 anos precisou ser internada após ser
lambida na boca pelo cão de estimação. De acordo com o relato publicado
recentemente na revista científica BMJ, a idosa
desenvolveu uma grave infecção causada pela bactéria Capnocytophaga canimorsus,
presente na boca de cães e gatos.
Segundo James Wilson, do hospital da Universidade College London, na
Inglaterra, os médicos não encontraram arranhões ou mordidas – formas comuns da
infecção -, mas a paciente relatou ter recebido lambidas de seu
cachorro. “Meios ocultos de aquisição demonstram que graves zoonoses podem
ocorrer mesmo com ausência de mordidas e arranhões óbvios e devem ser
consideradas em casos de infecção severa em donos de animais de estimação”,
concluiu Wilson.
O caso — A
idosa foi encontrada por paramédicos desacordada dentro de casa e encaminhada
ao hospital. Inicialmente, os médicos pensaram que ela tinha convulsionado, já
que tinha histórico de epilepsia. Ao chegar no hospital, ficou constatado que
ela estava com hiponatremia (baixa concentração de sódio no sangue) e
hipercaliemia (alta concentração de potássio no sangue).
Como todos os outros indicadores estavam normais, a internação foi
pedida para investigação dos motivos das alterações. No entanto, após quatro
dias no hospital, seu estado de saúde piorou. A paciente apresentou confusão
mental, dor de cabeça, diarreia, calafrio e febre de 39ºC.
Exames apontaram também lesão renal aguda e infecção generalizada.
Imediatamente, ela foi transferida para a unidade de tratamento intensivo onde
o quadro se agravou, com coagulação intravascular, comprometimento da função
hepática e insuficiência respiratória.
Finalmente, exames posteriores identificaram a bactéria C. canimorsus,
presente na gengiva de cães e gatos, e iniciaram o tratamento com antibióticos.
A paciente voltou para casa após passar quase um mês no hospital.
Os médicos consideraram essa infecção severa como uma reação “incomum”
causada por essa bactéria. Contudo, idosos, como o caso dessa paciente, apresentam
maiores riscos de problemas decorrentes de infecção bacteriana, talvez por
disfunções no sistema imunológico.
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